Por Inês Freire de Andrade, Presidente da associação
Blog "Famílias No Bully"
A Empatia é a cura para o bullying. Na Associação No Bully Portugal, acreditamos a 100% nesta receita. É por isso que treinamos profissionais de educação para promover a Empatia entre jovens envolvidos/as em bullying.
Quando uma criança/jovem faz bullying a outra, está a com a sua Empatia para com o sofrimento da colega “bloqueada”, o que a leva a ser indiferente para com a sua dor.
Este comportamento pode durar dias ou anos, e pode ir de insultos até agressões físicas que ponham em risco a vida de alguém. Os seus efeitos podem ser sentidos por toda uma vida, se não forem adereçados. Como é possível um ser humano fazer isso a outro?
Podemos também sentir Empatia por quem faz bullying, mesmo que não concordemos com os seus atos. Existem várias razões que levam crianças e jovens a fazer bullying:
Estas são algumas das razões mais comuns, sendo que nenhuma justifica esses comportamentos, que devem sempre ser travados.
Felizmente, há uma solução para o bullying, e até é bastante simples! Chamamos-lhe o método No Bully e é baseado na Empatia.
Primeiro, deixamos à vontade o grupo de jovens envolvido na situação de bullying, sem ameaças ou reprimendas. Assim, não precisam de estar na defensiva e têm mais abertura para ouvir.
Em segundo lugar, valorizamos o seu papel na resolução deste problema, para que sintam poder e respeito, pois é aquilo que procuram quando fazem bullying.
Em terceiro lugar, apelamos à sua Empatia, que até este ponto estava “bloqueada”, e tentamos que se ponham no lugar da pessoa que está a sofrer de bullying.
Quando já se começam a abrir à Empatia e vêem colegas a fazer o mesmo, temos a oportunidade que necessitávamos para que mudassem de atitude. Aí, podemos convidar a que pensem em ações que podem tomar para ajudar a pessoa que está a sofrer de bullying, de forma autónoma.
Estas ações são postas em prática e o grupo é acompanhado em mais duas sessões, sendo, na última, a pessoa alvo do bullying convidada a participar.
É através deste processo que profissionais de educação que participam nas nossas formações mudam as vidas de tantas crianças e jovens! Este método está disponível para qualquer escola ou profissional de educação que queira aprendê-lo nas nossas formações.
A Psicóloga da Escola das Olaias, Giséla Diniz, que já trabalha connosco desde 2017, partilhou: “O Projeto permitiu-me ver os meus alunos passarem de uma profunda tristeza e sofrimento a uma alegria e alívio.”
Carla Marques, Psicóloga Escola Gama Barros partilhou: “Numa das situações, três sessões chegaram para acabarem abraçados. É normal que o agressor assuma no início uma atitude receosa, talvez por estar sempre à espera de ser denunciado e poder ser castigado, mas depois adere e colabora ativamente.”,